quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ciclo do Milho - Murtosa


Os Ranchos Folclóricos “Os Camponeses da Beira-Ria”, as “Andorinhas de S. Silvestre”, a Confraria Gastronómica “O Moliceiro”, a “Associação Desportiva e Recreativa das Quintas” e o Núcleo da “Fraternidade de Nuno Álvares” celebraram, entre si, um “Acordo de Parceria”, com o objectivo de reunirem esforços no sentido de recrearem o “Ciclo do Milho”.
Assim, as colectividades/associações, referidas, irão desenvolver uma acção/actividade à volta do “Ciclo do Milho”, que pretendem que contribua para o conhecimento da Região e dos seus habitantes, afirmando a sua cultura, a sua história, os seus usos e costumes, elementos identitários importantes para o seu enriquecimento.
Deste modo, marcaram para o próximo dia 8 de Maio a realização do 1.º momento desse ciclo, que compreenderá o lavrar da terra, seguida do gradar da mesma, que culminará com o semear do milho.
O local escolhido é um terreno nas proximidades do Cais da Béstida (junto à estrada a cerca de 500 metros para nascente do citado Cais), na Freguesia do Bunheiro.
As tarefas de preparação e cultivo do terreno (lavrar, gradar e semear) serão feitas, tanto quanto possível, à semelhança daquilo que era habitual nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado. Alfaias agrícolas, gado, sementes e métodos de trabalho, incluindo o modo de vestir dos intervenientes/figurantes, serão reportados a essa época.
O descrito no parágrafo anterior, iniciar-se-á por volta das 15.30 horas.

Porém, este acontecimento não é isolado. De facto, integra-se num programa/oferta mais ampla e diversificada, que cada um pode usufruir no todo ou em parte.
Pelo que, quem quiser, a partir do meio da manhã, se rumar à Praça Jaime Afreixo, em Pardelhas, poderá ver as máquinas Floretts Kreidler, que os seus donos, um pouco de todo o País, em passeio, trazem até nós, para gozo deles e apreciação nossa. Estes mesmos senhores, depois de darem uma volta pelo nosso Concelho, irão até à Ribeira de Pardelhas, onde almoçarão uma caldeirada de enguias, depois de as provarem fritas.
Neste repasto/almoço qualquer um pode participar, desde que se inscreva e liquide o valor/custo correspondente. Associada à refeição há a possibilidade (certamente para aqueles que, vindos de longe – ou mesmo de perto - , não tenham uma Florett) de se andar de barco ou de bicicleta, podendo estes meios servirem até para a deslocação até ao Cais da Béstida, mencionado.
Depois do milho estar semeado, no Cais da Béstida, haverá um arraial popular, com cantares ao desafio e a actuação de um Grupo Folclórico.

Em torno da cultura do milho na Região de Aveiro (Murtosa), que até ao último quartel do século passado tinha um rito próprio, mais moroso e penoso, aqui e ali amenizado e animado pelo convívio e pela vertente lúdico/cultural, que aproximava as pessoas e as tornava mais solidárias, dá-se a conhecer uma faceta, histórico/etnográfica, da actividade agrícola que foi (e continua a ser, embora em moldes diferentes) um factor preponderante na definição, ao longo de muitas gerações, da matriz económica, social e cultural da Região.

Também a gastronomia regional (caldeirada de enguias), o barco moliceiro (ex-libris da Ria de Aveiro e instrumento de trabalho árduo), as bicicletas (ao tempo o meio de deslocação mais usado na região), e a animação (com cantares ao despique e pessoas a dançar em conjunto) ajudarão a recrear e a viver uma época, não muito longínqua, de que as Floretts que virão nesse dia também fazem parte.
No dia 17 de Setembro, teremos o 2.º momento (corte/ceifa do milho e o cascar/desfolhar do mesmo). No dia 1 de Outubro, ocorrerá o 3.º momento (a última desfolhada – de S. Miguel – com as papas). Oportunamente, serão anunciados/divulgados os programas destas duas fases.



É intenção dos Grupos Organizadores convidarem a população da Murtosa, dos Municípios circunvizinhos e um pouco de todo o País a envolverem-se e a participarem no evento.
É uma parte da nossa história, da nossa memória e da nossa etnografia que nos identificam e nos conferem o gosto e a satisfação de sermos gente da Ria e do Mar, dos Campos e das Serras, que formam este Território que é nosso, a Região de Aveiro.

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